domingo, 27 de janeiro de 2008

ÉGÚN

Para os YORÙBÁ a morte não era o ponto final da vida, pois eles acreditavam na reencarnação e que reviveriam em um de seus descendentes. Para eles não havia a noção de céu, inferno ou purgatório, conforme a tradição Cristã. A morte estaria contida na própria concepção da vida e ambas não se separam. A vida e a morte alternam-se em ciclos, voltando o morto ao mundo dos vivos, reencarnando num novo membro da própria família. Para eles existe o corpo material ( ARA ), que com a morte decompõem-se reintegrando-se a natureza, e a parte espiritual, formada de várias partes reunidas, com existência própria, que são :- Sopro Vital ( EMI ), Personalidade ( ORI ), Identidade Sobrenatural, que liga a pessoa à natureza ( ÒRÌSÀ PESSOAL ) e Espírito ( ÉGÚN ). As partes necessitam ser integrada para formar a pessoa durante a vida, dispersando-se após a morte. O ÉGÚN vai para o ÒRUN, podendo retornar reencarnando em um de seus descendentes.

Pode-se cultuar pessoas que foram ilustres ou destacadas na comunidade, quando vivas, invocando-as em altares ou assentamentos preparados para o ÉGÚN ( ESPÍRITO DO MORTO ). Somente os mortos do sexo masculino fazem aparições, pois só os homens mantêm a individualidade. Esses mortos surgem de forma visível mas camuflada, é a morte que chega a terra espiritualmente e visível aos nossos olhos, "nasce" através de rituais e pelos sacerdotes (ÒJÈ ) munidos de instrumento invocatório chamado IXÃ, que tocado três vezes no chão, acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a morte se torne vida. Manifesta-se como forma humana, totalmente coberto por uma roupa de tiras multicoloridas; sua voz é roucas, metálicas, estridentes e são conduzidos e controlados pelo IXÃ, pois não podem ser tocados.

Os APAARAKÀ são ÉGÚN que não falam e suas roupas são simples, estão em processo de evolução. Os BABA-ÉGÚN são evoluídos e permitem-se roupas completas e vozes liberadas.

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